foi tempo a descobrir que o compasso da música é dado de dentro que dançar é mesmo o movimento da vida esse bailado sem pausas em ritmos diversos escolhidos no vai e vem dos ruídos e dos silêncios das pessoas e dos gestos das histórias e dos anseios.
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Metade
não me agradam antigas versões minhas estranhas escolhas, outros pensamentos a vida se aproxima da metade de um século e me pego em fase revisional – entristeço-me pelos erros, pelas histórias sedentas de paz, pelas saudades dos que foram, pelos que nunca deveriam ter vindo, pelos lapsos de reflexão, pelas prioridades invertidas, pelas certezas desleixadasContinuar lendo “Metade”
Chronos
O tempo voa disse-me o pássaro ao pousar. Vi, em seus olhos, que ele entendia de tempo (e de voo) melhor do que eu.
Rota
quis encontrar uma estrela em teus olhos dançar, inda menina, nos teus palcos ser-te atriz principal de meus melhores papeis enquanto rompia as correntes de um vazio sem nome e buscava alguma crença em qualquer merecimento. esqueci-me menina nas minhas fantasias inseguras nos desejos que busquei atrás das portas ou entre as frestas nas janelasContinuar lendo “Rota”
Fenda
há uma fissura em algum lugar da alma de onde emergem demandas pueris tolas infantes incrustadas num beco escuro da memória dos tempos imemoriais.
Jenga
sempre nos é permitido repensar o pensado rever um argumento escolher outro caminho reparar uma história. como um jogo nada infantil a vida sempre pode ser desfeita e refeita com um novo arranjo de novo e de novo outra vez e mais uma.
Alvorada
ainda que o frio da noite e o escuro dos dias nos deixem menos confortados ainda que o estranho dos outros e os tormentos da mente nos tornem menos crentes é certo que o dia nasce e o sol amanhece.
Reminiscência
às vezes não me lembro e, se recordo, não me reconheço de tantas que fui do quanto mudei. renasço! quem fui, não sou mais quem vou ser, ainda não sei.
Epílogo
os versos a serem escritos perderam-se no precipício dos instantes infinitesimais entre o antes e o agora emaranharam-se no rol de silêncios abissais emitidos morreram nos desejos insustentáveis profanados no céu da sua boca.
Adiante
abraçar os desígnios com franqueza perceber os afetos com nitidez entregar-se ao tempo com mais clareza corrigir os erros com calidez prosseguir com doçura reencantar-se (novamente) com a vida.