a ferocidade do viver ao subjugar o caos o inevitável e o (quase) incontornável ao enfrentar o descrédito na humanidade e o medo da iniquidade sobrevive aos nossos piores dias aos nossos piores medos aos caprichos da vida ao imprevisto das horas para nos amparar no ontem, no agora e (queira deus) pelos séculos (amém).
Arquivos da tag:tempo
Meia-idade
Quando temos 18, fazer 50 anos nos parece tão distante… Lembro-me quando completei 39 e (privilégio dos 9), tive uma crise de meia-idade. No instante em que me dei conta de que aquele era o último ano com 30, senti, de súbito, o tempo passar em mim. Afinal, quando eu era criança e ouvia alguémContinuar lendo “Meia-idade”
Equinócio
a chegada do outono parece nos perdoar de nossos erros até mesmo daqueles que cometemos sem querer.
Ondeante
foi tempo a descobrir que o compasso da música é dado de dentro que dançar é mesmo o movimento da vida esse bailado sem pausas em ritmos diversos escolhidos no vai e vem dos ruídos e dos silêncios das pessoas e dos gestos das histórias e dos anseios.
Metade
não me agradam antigas versões minhas estranhas escolhas, outros pensamentos a vida se aproxima da metade de um século e me pego em fase revisional – entristeço-me pelos erros, pelas histórias sedentas de paz, pelas saudades dos que foram, pelos que nunca deveriam ter vindo, pelos lapsos de reflexão, pelas prioridades invertidas, pelas certezas desleixadasContinuar lendo “Metade”
Chronos
O tempo voa disse-me o pássaro ao pousar. Vi, em seus olhos, que ele entendia de tempo (e de voo) melhor do que eu.
Rota
quis encontrar uma estrela em teus olhos dançar, inda menina, nos teus palcos ser-te atriz principal de meus melhores papeis enquanto rompia as correntes de um vazio sem nome e buscava alguma crença em qualquer merecimento. esqueci-me menina nas minhas fantasias inseguras nos desejos que busquei atrás das portas ou entre as frestas nas janelasContinuar lendo “Rota”
Fenda
há uma fissura em algum lugar da alma de onde emergem demandas pueris tolas infantes incrustadas num beco escuro da memória dos tempos imemoriais.
Jenga
sempre nos é permitido repensar o pensado rever um argumento escolher outro caminho reparar uma história. como um jogo nada infantil a vida sempre pode ser desfeita e refeita com um novo arranjo de novo e de novo outra vez e mais uma.
Alvorada
ainda que o frio da noite e o escuro dos dias nos deixem menos confortados ainda que o estranho dos outros e os tormentos da mente nos tornem menos crentes é certo que o dia nasce e o sol amanhece.