Na mulher nefasta que habita suas fantasias e enredos esboçados, mora uma criança tola, assustada e ávida por algum apreço. Nas linhas tortuosas de suas histórias amargas e das palavras de onde irrompe fel, mora o deleite de quem esqueceu o gozo. Nos fatos arranjados das tramas nas quais a culpa é sempre alheia, habitaContinuar lendo “Inferno”
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Parecer
Todas as vezes Que te vejo olhar para as coisas E construir explicações sobre as histórias Leio interpretações inautênticas Ideias desordenadas Frases escalafobéticas. Posso afirmar sem medo Que para quem aparenta entender de tudo Você não entendeu nada.
Travessia
Temos nossos momentos. Estranhos e complicados que somos, por vezes estamos bem e, de repente, ficamos mal. Em seguida, voltamos a ficar bem porque a resiliência é o motor da vida. Por vezes, penso que viver é seguir equilibrado em uma longa corda. Alguns dias, o esforço é tamanho para realizarmos determinadas travessias que cansamosContinuar lendo “Travessia”
Pretérito
Pedi à cartomante Mudar meu passado Rasguei as cartas Tua caligrafia Insultei tuas neuroses Escondi minhas manias Gritei com a parede Chutei os sapatos Baguncei tudo Joguei fora os versos Tomei taças de gim Na vã tentativa De voltar atrás.
Verdades (In)convenientes III
O pior cego é aquele que não se enxerga.
Entraves
a delicadeza nos chega na medida em que, fundo em nossa existência, dúvidas e enigmas, começamos a perceber as dobras e fissuras de nossa singularidade em pequenas tragédias indubitavelmente universais.
Escuta
Há resgates que passam por desnudar-se e se ouvir.
Mal dito
Mal ditas são todas as narrativas que nos afastam da verdade. São as palavras que professamos e que escondem mentiras inconfessas. São as rasgaduras forjadas em almas alheias por não sabermos nos expressar corretamente. As coisas que calamos ao engolirmos o que precisa ser dito. Figuras de linguagem que nos afastam do conteúdo ao nosContinuar lendo “Mal dito”
Diálogo
há poucas (e pequenas) palavras que respondem a dúvidas que (não) temos (mas nem sempre sabemos) ou simplesmente falam do que precisamos ouvir (embora já soubéssemos) e que compõem um diálogo de feições (bastante) estranhas.
Sensatez
Não me interessam metáforas, Hipérboles e metonímias Sinestesias ou pleonasmos. Não me importo com sonetos, Baladas ou sextinas Rondeis ou haicais. … Silencio e o sentido se faz. Emudeço e encontro respostas.