travada na porta giratória penso – com quantos aneis se planeja um delito?
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Censo
entrevistador parece esquecer de perguntar sobre as questões mais fundamentais: 1. são muitas as suas dores? 2. com quem você pode contar?
Ainda assim
querer e querer esquecer do caos do mundo e de cada um das pequenas tragédias pessoais e públicas da nossa humanidade frágil e altiva desta vida estranha e imprevisível.
Rota
quis encontrar uma estrela em teus olhos dançar, inda menina, nos teus palcos ser-te atriz principal de meus melhores papeis enquanto rompia as correntes de um vazio sem nome e buscava alguma crença em qualquer merecimento. esqueci-me menina nas minhas fantasias inseguras nos desejos que busquei atrás das portas ou entre as frestas nas janelasContinuar lendo “Rota”
Jenga
sempre nos é permitido repensar o pensado rever um argumento escolher outro caminho reparar uma história. como um jogo nada infantil a vida sempre pode ser desfeita e refeita com um novo arranjo de novo e de novo outra vez e mais uma.
Selvagem
matar um leão por dia me ensinou a rosnar mesmo quando, deitada sob o sol, me esqueço dessa vida selvagem.
Reminiscência
às vezes não me lembro e, se recordo, não me reconheço de tantas que fui do quanto mudei. renasço! quem fui, não sou mais quem vou ser, ainda não sei.
Invernal
às seis da manhã passo um café e sento com meus fantasmas botamos as cartas na mesa sobre luto, cicatrizes, memórias. falamos das marcas gravadas na pele dos caminhos, escolhas e histórias e discutimos sobre reparações. choro revelando lembranças que permanecem (embora não permaneçamos os mesmos), incômodos que ficam e tropeços. confesso que os sonhosContinuar lendo “Invernal”
Adiante
abraçar os desígnios com franqueza perceber os afetos com nitidez entregar-se ao tempo com mais clareza corrigir os erros com calidez prosseguir com doçura reencantar-se (novamente) com a vida.
Trivial
as palavras me tomam quando eu leio e ainda mais quanto mais escrevo transbordam quando estou triste e dançam (em minha mente) quando estou bem. as palavras apenas me faltam nos mais ou menos da vida a poesia, talvez não aceite a mediocridade.