Alheios

há becos escuros em minha garganta palavras não ditas que se transformam em anseios sombrios, vigília e assombrações. o passado a desamparar o presente o presente a desconfiar do futuro o futuro a sepultar idealizações. o inferno, talvez, sejam mesmo os outros.

Raso

Parece haver um senso de urgência Non sense Inúmeros devaneios de prestígio Provincianos Falas em excesso, poucos silêncios A despojar a musicalidade das coisas. Ao me deparar com o ridículo Me calo (mais do que de costume) Pois não serei aquela a apontar A bestialidade dos seres A desimportância dos fatos O absurdo dos gestosContinuar lendo “Raso”

Desamor

desapaixona-se por obra de excessos. de faltas. de impasses. de cachaça. de perfídia amorosa. de traições dos planos a dois. de assombros. de percepções. de rompantes. de cansaços. por causa da doença do outro. pela própria sanidade. pelo enterro das fantasias. pelo amanhecer da realidade. pelo presente ingrato. pelo passado roto. pela percepção da estupidez.Continuar lendo “Desamor”

Contranarciso

em mimeu vejo o outroe outroe outroenfim dezenastrens passandovagões cheios de gentecentenaso outroque há em mimé vocêvocêe vocêassim comoeu estou em vocêeu estou neleem nóse só quandoestamos em nósestamos em pazmesmo que estejamos a sós