Pedi à cartomante Mudar meu passado Rasguei as cartas Tua caligrafia Insultei tuas neuroses Escondi minhas manias Gritei com a parede Chutei os sapatos Baguncei tudo Joguei fora os versos Tomei taças de gim Na vã tentativa De voltar atrás.
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Lapsos
há aqueles que nos roubam e, por vezes, só percebemos ao sermos tomados de assalto.
Vicissitude
Respeite seu tempo, o fluxo que as coisas dentro de você precisam para se transformar. Olhe para dentro de si e perceba o que necessita para viver os processos. Se outros não gostam dos seus caminhos ou criticam as formas que escolhe para se refazer, lembre-se: eles não calçam seus sapatos. Não aceite nada menosContinuar lendo “Vicissitude”
Réquiem
ditos e feitos enterram o passado em definitivo e não nos resta dedicar-lhe nem mesmo flores.
Beco
a janela do beco sem saída entreabriu-se dispus do instante para livrar-me das correntes ilusórias do passado.
Culpada
Peço-te perdão Mas não precisas me perdoar De fato Se não queres Preciso apenas que saibas Que, embora seja forte, Sinto-me vil, Culpada e absurda E que sem pronunciar Esse desejo de reparação Não haverá, para mim, Vida Nem mesmo depois Da morte.
De mim
Talvez Clarice estivesse falando de mim…
Lua Nova
A noite surgiu estrelada Com seus milhões de anos de lampejos Brilhos no céu, claridade de outrora Que viajam em anos-luz até nossos olhos. Me encontram farta de passado Bufando inquietudes em automóveis Cruciando memórias no divã da analista Fingindo mansidão que não sou! Pouco importa a claridade Estou imersa em meus escuros Corro osContinuar lendo “Lua Nova”
Perdão
Não vou te perdoar Simplesmente porque não há razões Não há mal algum Desajuste Instabilidade Ou colapso Que tenha causado Que eu não tenha feito antes (e pior) A mim E a ti. Não precisas de perdão Desculpas Ou retratações. Nunca foi necessário. Quanto a mim, Que Deus, pelo menos, Tenha piedade das minhas faltasContinuar lendo “Perdão”
Análise
Deito-me no divã E me escuto falar Da minha compreensão obtusa Dos papéis encenados Dos imbróglios tão pouco alheios Dos meus hiatos Dos meus lapsos de juízo Das minhas atuações… Vejo-me tola e insensata Amaldiçoada por rastros de devaneios Que criam irrealidades E perpetuam gestos hiperbólicos. Encontro-me menina de novo e de novo Farto aContinuar lendo “Análise”