Quando a boca muito fala E se queixa em demasia As palavras se perdem No emaranhado de lamentos, injúrias E vazios. Palavras, elas sim, Janelas da alma. Não há poema que as salve.
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Inferno
Na mulher nefasta que habita suas fantasias e enredos esboçados, mora uma criança tola, assustada e ávida por algum apreço. Nas linhas tortuosas de suas histórias amargas e das palavras de onde irrompe fel, mora o deleite de quem esqueceu o gozo. Nos fatos arranjados das tramas nas quais a culpa é sempre alheia, habitaContinuar lendo “Inferno”
Parecer
Todas as vezes Que te vejo olhar para as coisas E construir explicações sobre as histórias Leio interpretações inautênticas Ideias desordenadas Frases escalafobéticas. Posso afirmar sem medo Que para quem aparenta entender de tudo Você não entendeu nada.
Vislumbre
entre tantos entraves entrevi uma entrada (ou seria uma saída?)
Verdades (In)convenientes V
Quem fala pode esquecer o que diz; quem escuta, jamais.
Pretérito
Pedi à cartomante Mudar meu passado Rasguei as cartas Tua caligrafia Insultei tuas neuroses Escondi minhas manias Gritei com a parede Chutei os sapatos Baguncei tudo Joguei fora os versos Tomei taças de gim Na vã tentativa De voltar atrás.
Verdades (In)convenientes II
Rótulos dizem muito sobre quem os coloca.
Neologismos
Sozinhazinha Me afundo em lembranças Histórias, tentações Criadas por mim Por teadorar. Dangerousíssima forma de viver Perdida em enredos Perfeitos somente Em histórias ficcionais.
Escuta
Há resgates que passam por desnudar-se e se ouvir.
Mal dito
Mal ditas são todas as narrativas que nos afastam da verdade. São as palavras que professamos e que escondem mentiras inconfessas. São as rasgaduras forjadas em almas alheias por não sabermos nos expressar corretamente. As coisas que calamos ao engolirmos o que precisa ser dito. Figuras de linguagem que nos afastam do conteúdo ao nosContinuar lendo “Mal dito”