As narrativas sobre os fatos atravessam a realidade
São muitas falas e ruídos que (quase) determinam nosso modo de olhar a vida
Há tantos barulhos, buzinas, gritos de ordem
Notícias, televisão, rádio, análises
Certezas, discussões, ânimos exaltados, excesso de fala
Que até os nossos silêncios tornam-se ruidosos
A nossa voz se apaga, tão rouca que parece.
Quando a noite chega sem o conforto da brisa leve depois do dia quente
O corpo exausto pede por qualquer melodia adocicada
Estética, cadenciada, consoante com as vozes do espírito perdidas no caos na realidade
Para quietar os outros e os pensamentos
Para dissipar o inferno e o mormaço
Para retornar a nós os afetos que nos salvam.
